☆南米からのおたより☆4月号【ブラジル】

記事番号: 1-868

公開日 2022年04月15日

南米移住者子弟研修生受入事業で研修を終了した研修生からおたよりが届きました。
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 言語を守るため

 

2007年度南米移住者子弟研修生

仲本カンパーニャ・アナ・ルイザ(ブラジル)


はいたい、みなさん​!


私は仲本カンパーニャ・アナ・ルイザと申します。平成19年、浦添市による南米移住者子弟研修生です。私は、ブラジル国、サンパウロ市にて出生し、現在36歳です。父方の祖母は浦添市出身で祖父は名護市出身です。当記事では、過去15年間にわたる私の人生経験を簡潔に報告したいと思います。


初めて沖縄に来た時、私は21歳で、サンパウロ総合大学で社会科学科を専攻し、勉強中でした。当時、ジェンダーや移民、民族移動等の研究に興味を持ち始めていた折、祖父母の故郷である沖縄を知り、沖縄の親族との繋がりを持つことが出来ました。沖縄では、日本語、茶道、三線、琉球舞踊、書道を勉強しました。そして、沖縄大学の授業に1週間参加しました。沖縄での大学環境に身を置くことで多々得るものがありました。帰国後は、ジェンダーと移住研究を専門にしました。祖父母の故郷での色々な経験が私のアカデミック人生に影響したと思います。その後、サンパウロ総合大学の社会学科を卒業し、学士号を取得したのち、社会学における修士号及び、博士号を取得致しました。


10年前、私は沖縄系インドネシア人男性と結婚し、8歳の娘がいます。夫の曽祖父は本部町出身の漁師で、北スラウェシ島マナド市に移住しました。そこで結婚し、娘を一人もちました。私はマナド市で大勢のウチナーンチュの子孫に会いました。ブラジルのように移民によって設立された日系社会ではありませんが、多くの人は、受け継がれてきた家族の記憶、インターネットで発見した情報、あるいは手段があれば沖縄への旅行を通して彼らのルーツを求めています。私はジャワ島マラン市に数年住んでいまして、ブラウィジャヤ大学の社会学部で講師を務めていましたが、サンパウロ大学で勉強を続ける為、ここ数年はブラジルとインドネシア間を行き来して過ごしました。



Foto do Vulcão Semeru (Java) tirada durante uma pesquisa de campo novilarejo de Sidoarjo

ジャワ島セメル火山の写真。シドアルジョ村での調査中に撮影


インドネシアはとても美しい国です。2億7000万人を超える人口、世界で4番目に人口の多い国で、多様な民族的、宗教的、言語的があります。インドネシア語の公用語に加えて、国内には700以上の言語があります。私が出会った人々のほとんどは、国語、現地語、そして家族が他の地域から移住した場合は両親の言語を合わせ、2つ以上の言語を話せるように育っています。


ブラジルのウチナーンチュとして、現地の言語を守るための活動に注目しました。ジャワ人やバリ人のように、記録、辞書、言語学者、公立学校で子供たちを教える場合もあります。しかしながら、少数民族は言語を文書化し、それを新しい世代に伝達する際に、様々な困難に直面しています。実際に、インドネシアの母国語の90%が絶滅の危機に瀕しています。ブラジルの先住民も同様の状況に直面しており、170の言語が消滅のリスクに瀕しています。



Placa da Rua Malioboro, em Yogyakarta. Abaixo o nome da rua está escritoem alfabeto javanês.

ジャワ島ジョグジャカルタ市のマリオボロ通りの看板。道の名前はローマ字とジャワの文字で書かれています。



Exposição sobre línguas indígenas brasileiras no Memorial dos PovosIndígenas em Brasília. Cada estaca representa uma língua; a parte vermelharepresenta a população de falantes.

ブラジル国首都ブラジリアの先住民博物館でのブラジル先住民言語の展示会。各スティックは言語を表し、赤い部分は各言語の話者の人口を表しています。


2008年、ブラジル沖縄県人移民100周年記念祝典行事で、日本からの訪問者はブラジルでのうちなーぐちを話す人が多いことに驚きました。一世の高齢化に伴い、ウチナーンチュのアイデンティティを伝承する方法を考えるという課題が生じています。音楽、ダンス、演劇を通して学ぶことに加えて、会話教室がブラジル沖縄県人会によって提供されています。


COVID-19のパンデミックの最中に、娘と私は、沖縄の親川姿子先生が提供し、シンガポールの大嶺功さんが共催した初級うちなーぐちのオンライン講座を受講し始めました。この取組は新しく、世界のさまざまな国の子供たちのグループが参加しました。クラスは子供向けの歌、ゲーム、教材がたくさんあり、とても楽しかったです。



Anotações que minha filha, então com 7 anos, fez durante a aula: “WanneeJulia yaibin. Burajiru kara chaabitan” (Meu nome é Julia. Sou doBrasil”)

当時7歳の娘が授業中に取ったメモ:「わんねージューリアやいびん。ブラジルからちゃーびたん」


まだ学ぶことが沢山あります。娘と私につきまして、うちなーぐちは私たちのルーツと現在の間の架け橋のようなものだったと感じています。 祖母と父の子供時代の言葉であることに加えて、うちなーぐちは私たち親子のコミュニケーションの一部でもあります。学校に行く途中で歌を歌うとき、食べる前に「くぁっちーさびらー」(いただきます)と言い、食べ物は美味しかったとき「まーさいびーん」(ごちそうさまでした)ということが習慣になりました。娘が一所懸命愛情を持ちつつ学んで行くことで如何に成長していくかを見守れるのはうれしい限りです。


「インドネシアでは、若者が興味を失ったという理由だけで、祖先の幾つかの言語が話されなくなってしまった」と聞きます。私はそのことに疑問を感じます。それは世界の歴史を見てみると、強制的に住民の文化が押さえつけられた国や地域があるからです。また、現代では、「特定の言語が仕事や日常生活、研究などにメリットがない」という考えもあり、それが祖先が使う言語が消えてしまうことにつながっています。私はうちなー口で「ぬちどぅたから」(命こそ宝)、と言う言葉が好きです。人生において目先の利益よりも大切なものがあると思います。文化と祖先は楽しく充実した生活を送るために必要なことの一つです。



(ポルトガル語・Português)



Olá pessoal!

Meu nome é Ana Luisa Campanha Nakamoto e fui bolsista pela cidade deUrasoe em 2007. Nasci em São Paulo, Brasil, e tenho 36 anos. Sou descendente deUchinanchu de terceira geração: minha avó paterna nasceu em Urasoe e meu avô emNagoya. Neste artigo, gostaria de fazer um breve relato sobre minha vida eminhas experiências nos últimos quinze anos.


Quando fui para Okinawa pela primeira vez tinha 21 anos e cursavaCiências Sociais na Universidade de São Paulo. Na época, eu tinha um interesseincipiente pelos estudos de gênero e pesquisas sobre migrações – tendência quefoi fortalecida quando conheci a terra dos meus avós e me conectei com parentesque ali vivem. Além dos cursos de língua japonesa, sadō, sanshin, ryūbō eshodō, frequentei aulas na Universidade de Okinawa durante uma semana. Aliconheci o ambiente universitário e tive experiências que enriqueceram minhatrajetória acadêmica. No Brasil, conclui a Graduação e posteriormente fizMestrado e Doutorado em Sociologia.


Há dez anos me casei com um indonésio descendente de okinawanos e temosuma filha de 8 anos. O bisavô dele era um pescador nativo de Motobu que semudou para Manado, no norte da ilha de Sulawesi, onde se casou e teve umafilha. Conheci muitos descendentes de Uchinanchu naquela região. Lá não existeuma comunidade Nikkei fundada por imigrantes como no Brasil, mas muitos buscamsuas raízes através das memórias familiares, informações que encontram nainternet ou mesmo viajando para Okinawa, caso tenham condições. Morei por anosem Malang, Java, onde trabalhei como docente do Departamento de Sociologia naUniversidade Brawijaya. Por ter prosseguido meus estudos na Universidade de SãoPaulo, passei os últimos anos vivendo entre Brasil e Indonésia.


A Indonésia é um país muito bonito.Com mais de 270milhões de pessoas, é o quarto país maispopuloso do mundo. Há muita diversidade étnica, religiosa e linguística. Alémda língua oficial – o indonésio – existem mais de 700 idiomas no país. Amaioria das pessoas que conheci cresceu falando duas ou mais línguas – a línguanacional, a língua local e, caso a família tenha migrado de outras regiões, alíngua dos pais.


Como uchinanchu brasileira, a luta pela preservação dos idiomas locaischamou a atenção. Em alguns casos, como o javanês e balinês, há registros,dicionários, linguistas e políticas públicas como o ensino para crianças emescolas públicas. Etnias minoritárias, por sua vez, enfrentam dificuldadespolíticas e institucionais para documentar a língua e transmiti-la para asnovas gerações. Hoje 90% das línguas nativas da Indonésia estão sob risco deextinção. As populações indígenas no Brasil enfrentam uma situação similar, com170 línguas sob o risco de desaparecimento.


Em 2008, na ocasião do Centenário da Imigração Okinawana para o Brasil,muitos visitantes do Japão manifestaram surpresa e alegria ao reconhecer o usodo uchinaaguchi entre imigrantes e descendentes no Brasil. Com o envelhecimentoe falecimento de parte da primeira geração, coloca-se o desafio de pensarformas de cultivar e transmitir esse aspecto tão importante da identidadeuchinanchu. Além do aprendizado através da música, dança e teatro, aulas deUchinaaguchi focadas em conversação tem sido oferecidas pelo Kenjinkai.


Durante a pandemia de Covid-19, eu e minha filha começamos um cursoonline de Uchinaaguchi básico, oferecido pela professora Shinako Oyakawa, emOkinawa, e co-organizada por Isao Omine, em Cingapura. O formato foi novo econtou com um grupo de crianças de diferentes partes do mundo. As aulas foramdivertidas com muitas músicas, jogos e materiais voltados para crianças.


Ainda temos muito o que aprender. Mas sinto que para minha filha e eu, alíngua okinawana tem sido como uma ponte entre nossas raízes e nosso presente.Além de ser a língua da minha avó e da infância do meu pai, o Uchinaaguchitambém faz parte de nossos momentos de mãe e filha, quando cantamos músicas acaminho da escola, dizemos “Kwachi sabira” antes de comer e terminamos com“Massaibin” quando a comida estava saborosa. Fico feliz em ver como ela cultivao que aprendeu com afeto e devoção.


Na Indonésia, lembro de ter ouvido comentários de que algumas línguasancestrais estão caindo em desuso simplesmente porque pessoas jovens não seinteressam mais por elas. Trata-se de uma falácia. É possível encontrar nahistória de cada país processos de silenciamento de culturas inteiras queatravessam gerações, muitas vezes por meios violentos. Uma forma velada econtemporânea desse apagamento é a noção de que certos idiomas não são úteispara o trabalho, a vida cotidiana e os estudos. Gosto do ditado okinawano quediz “Nuchi du takara” – a vida é um tesouro. Não podemos pensar na vida emtermos de utilidade. A cultura e a ancestralidade fazem parte de uma vidaalegre e plena.

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